sábado, 26 de julho de 2014

É dia de Derby

Amanhã é o dia em que acordamos cedo, o estômago não nos deixa prolongar o sono e logo denuncia a ansiedade.

Vestindo a camisa usada em 93, a caminho da padaria você cruza com um deles, o olhar é direto, um cumprimento breve e sério, uma real encarada, como a de dois oponentes prestes a iniciar o combate. Um e outro pensando na batalha das 16. Neste dia não há compromissos, não há lazer, os problemas são esquecidos. É dia de Derby!
A manhã é dedicada à fase de especulação, como o time vai a campo? Qual a formação escolhida? Será um jogo aberto? Truncado? É um dia todo em vigília. "Defesa desfalcada!", "A lateral tá fraca!", resmungos e palpites tentam - em vão - abreviar o êxtase do apito que dá inicio a peleja. Essa fase é talvez a pior, os fantasmas são evocados e as superstições postas à prova. A torcida é para que o imponderável jogue a nosso favor, afinal um Derby não é vencido por tática ou técnica, a mística do clássico não permite intervenção humana.
No almoço, uma cerveja aqui e outra ali têm a ingrata e ineficaz função de ludibriar o cérebro e tentar controlar a inquietude. Não dá. Da indiscutível vitória à uma perniciosa derrota, os voláteis desvarios só nos abandona aos 48 do segundo.

Os Sulistas que me perdoem. Os Cariocas românticos que concordem, mas este é o maior dos clássicos. Não há uma Brasil x Argentina que se compare ao que é um Palmeiras x Corinthians. Não é uma simples partida, é um campeonato à parte. Inexplicavelmente mais intenso.

A partida se encerra ás 18, as prosas em uma semana. E na memória dos que a testemunharam, ela se eterniza.


À vitória, Palestra!

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